Passado o meu primeiro ano de trabalho
como advogada estagiária, percebi que o facto de passar tantas horas sentadas (e
de almoçar uma porcaria qualquer em frente ao computador) me está a tornar um
caso de barriga inchada.
Faço exercício entre 5 a 6 vezes por semana, no mínimo 45 minutos, bebo água, e,
na maior parte das vezes, alimento-me de forma equilibrada (mas sem os exageros
da moda, perdoem-me a franqueza).
Contudo… a porra da barriga não desincha! E agora?!
Bombardeada, diariamente, com fotos de
barrigas estupidamente lisas ou projetos de as alcançar (sim, porque já não dá
para ir ao Instagram ou Pinterest sem te sentires uma baleia, embora só tenhas 55kg e 1,68m)
isso fez-me repensar o meu corpo e a minha atitude face a muita coisa.
E, depois de muito ponderar se não
estava a ser exagerada, considero um perfeito disparate que, aquilo que começou
com a moda de “ir correr”, tenha evoluído para uma onda de “novos reeducados
alimentarmente” (tipo os ‘novos cristãos’), sem qualquer pingo de
racionalidade.
Ponto prévio: cada um faz o que quer
da sua vida, é certo.
Mas o que temos atualmente, é uma
busca desenfreada e desmedida por um corpo híper tonificado.
Já não é uma questão de adotar uma estilo de vida saudável,
já não é disso que se trata.
Os antigos magros são os novos gordos. E porquê?
Porque “todos nós agora queremos” ser
altamente tonificados/lisos/secos/sarados/raio que os parta, sob a pretensão de adotar uma vida ‘fit’.
Vejam com atenção a publicidade de uma
série de grupos: ginásios, nutricionistas (alguns aka blogers), lojas da
especialidade, produtos, novos alimentos, suplementos, medicamentos, roupa,
tudo.
As pessoas só sabem falar (e publicar)
sobre alimentação: já não há quem vos ature, desculpem!
Se eu quero resolver a minha barriga
inchada? Quero, claro, mas naturalmente, leia-se, sem prescindir de uma alimentação com
hidratos de carbono, vegetais, fruta carne, peixe, e até doces ou sumos (crucifiquem-me!).
Aliada a exercício regular e correção da postura corporal.
Para tudo na vida, a resposta está no meio termo, no equilíbrio.
Não sou nutricionista, nem tenho pretensões de o ser.
Eu só gostava de não viver numa sociedade, onde até os hábitos alimentares são
uma questão de moda.
Irrita-me que esta súbita vontade de ser saudável (encapotada de estar bué ‘in’)
não se aplique ao tabagismo, álcool e droga.
Essas fotos as pessoas não postam nas redes sociais.
Temos o ginásio à pinha de pessoas, mas no fim vêm cá para fora fumar.
Não é ser saudável o objetivo (convençam-se) é ser-se fit, porque está bué na moda!
E o problema principal? Estamos a promover uma imagem irreal do corpo!
Aquelas fotos são, na maioria das vezes, de culturistas (rapazes ou raparigas).
Uma barriga daquelas só é alcançada se se privarem de comer.
Leiam textos de culturistas e outro tipo de eventos do género, aquando da participação
em competições, e percebam o sacrifício para obter aquela definição abdominal
Qual a moda que se segue? Eu aposto que vai ser o vegetarianismo (com toda a força)!
Não belisquem a vossa autoestima por estereótipos utópicos.
As mulheres de outros anos e outros séculos (algumas hoje consideradas verdadeiros abortos) e culturas cometeram o mesmo erro.
Vais adaptar o teu corpo a cada moda?! <3
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